Semiótica #3

Cap.6 - Matisse: Uma semiótica da alegria

Henri Matisse, importante pintor Frances do século XX e líder fiel o movimento fauvista, foi base da analise semiótica neste capitulo.
Com base em sua obra Interior vermelho, de 1947 compreendemos do que se trata a experiência fenomenológica. E fazemos isso a dividindo em três fases:
No primeiro momento precisamos olhar a imagem com disponibilidade contemplativa, deixando cada detalhe penetrar em nosso olhar leve o tempo que for. Depois precisamos compreender a situação comunicativa de estar diante de algo único. E por fim, generalizar o particular num todo enquadramento geral. Findada a experiência passemos a analise propriamente dita, para tanto precisamos compreender que a pintura é um signo que representa algo e capaz de produzir efeitos interpretativos.
É comum observarmos os índices de imediato (mesa, janela) e os legi-signos, mas precisamos observar com um novo olhar, pensar que a pintura é pura superfície e nos ater ao plano puramente sensório e sensível dos quali-signos. Observar a exuberância e exaltação da cor vermelha, seu contraste com a amarela, as cores que a complementam, a oposição entre o geométrico e o orgânico nas linhas negras que ziguezagueiam a obra criando uma atmosfera de flutuação.
O segundo fundamento esta no sin-signo, onde o quadro é um quadro, assim como a reprodução deste é sua reprodução e não o quadro. Não podemos avaliar uma obra pela sua reprodução, pois perde em pigmentos, textura e dimensão. O sin-signo seria sua realidade particular, considerando também o ambiente onde a obra está inserida. A obra tem os seus sin-signos e a reprodução tem os seus distintos um do outro.
Os aspectos de lei são nosso terceiro fundamento, onde o sin-signo define que a obra pé uma pintura, da classe das pinturas a óleo, da classe das modernas, do gênero fauvista, enquadra-a na tradição das naturezas mortas e no padrão de telas retangulares e verticais.
Agora, podemos partir para a analise do tipos de objetos de acordo com a natureza dos fundamentos, que podem ter relações icônicas, indiciais ou simbólicas. No modo como o quali-signo sugere seus objetos possíveis, o sin-signo os existentes e o legi-signos representa estes objetos.
No entanto os quali-signos só são perceptíveis pois temos referenciais externos ao quadro, e no sentido peirceano os signos que representam esses objetos só os fazem por terem uma aparente semelhança com eles, pois são imagens ambíguas. Contudo essas imagens só são de fato identificadas por conta da inteligência virtual dos recursos sutis, onde a formas se integram dando sentido umas as outras, o que seria a indexicalidade interna da obra, que pode agregar informações também através do seu titulo Interiores Vermelhos.
A indexicalidade externa trata-se do elo das imagens utilizadas na obra com o mundo externo a ela, como o estilo e gestos de Matisse, estações do ano, referencias contextuais a outras obras que utilizaram dos mesmo índices, assim como os padrões da arte moderna. Esse jogo de interpenetração do exterior no interior e vice-versa foi universalizada por Matisse nessa obra. O contexto da pintura passa a ser o contexto da historia da pintura.
Porém há uma variação no entendimento desses símbolos que vai de acordo com o contexto cultural do interpretante. Essa referencialidade indicial tende entrar em luta com a ambigüidade icônica.
O interpretante em primeiro nível é imediatico, através dos elementos como a exuberância da cor fará uma leitura sensória da obra, esse primeiro nível também apresentara uma hesitação o que no caso da obra de Matisse se da pela oscila dos planos. No nível dinâmico o interpretante ainda pode ser subdividido em lógico, quando sua avaliação depende de seu contexto cultural, o que já vimos que pode ou não possibilitar a percepção das intextualidades e nos questionamentos proporcionados pela mesma. Quando não é lógico o interpretante é emocional. Essas variações de interpretação podem variar de acordo com a capacidade de cada signo significar o que de fato deve fazer.
Quando fazemos uma analise semiótica como foi feita da obra de Matisse por exemplo devemos chegar ao interpretante final, que nada mais é do que o interpretante dinâmico que não abandona por toda as interpretações imediatas e que ao fim de sua analise se Poe a questionar que outras analises serão feitas da obra no decorrer do tempo, “os efeitos que os signos poderão porventura produzir no seu devir são tão enigmáticos quanto o próprio desenrolar da vida.”

Resenha do capitulo 6 do livro "Semiótica Aplicada" de Lucia Santaella.

1 comentários:

Anônimo disse...

parabens e muito obrigada pelo esclarecimento